sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A CULPA É DOS FDP DO PT...

Choque de classes

Paulo Metri

João é o caçula de seu Severino e dona Raimunda. Há 25 anos, ainda de colo, desembarcou com seus país e cinco irmãos, na rodoviária Novo Rio. A bagagem deles era a roupa do corpo, alguns panos que serviam de fraldas e a esperança de uma vida melhor. O leite das crianças tinha acabado nas vinte e oito horas desde a cidade de Crato no Ceará. Graças à solidariedade humana, sobreviveram os primeiros amargos dias. Ainda na rodoviária, seu Severino foi aconselhado por outro desafortunado a ir para um bairro dos ricos, pois os pobres não tinham muito para dividir. O motorista do ônibus Rodoviária Leblon os deixou entrar pela porta dos fundos. O porteiro de um prédio de Copacabana ficou com dó daquela família de conterrâneos e pediu ao síndico para abrigá-los por uma noite no quartinho do depósito do prédio, onde estavam materiais de limpeza, bicicletas abandonadas, um sofá e muitos badulaques. Aquele porteiro e o síndico também eram excelentes almas e eles tiveram algum alimento e leite para matar a fome de todos.
Seu Severino deu muita sorte, pois foi contratado para ser faxineiro deste prédio, houve um adiantamento para ele poder comprar comida no primeiro mês, além de muitos moradores terem ajudado também. Gostaram tanto deles que resolveram arrumar o depósito para dar maior comodidade à família do novo faxineiro. Dona Raimunda acreditava piamente que tinha sido o padrinho padre Cícero que tinha interferido. Entre os cuidados dedicados aos filhos, sempre arrumava um tempo para rezar fervorosamente agradecendo a melhora de vida que tiveram. Mas seu Severino procurou também corresponder ao apoio que recebera, trabalhando com afinco e buscando atender todo mundo bem. Como o tempo não para, o porteiro se aposentou e seu Severino galgou o cargo de porteiro, o que significou, além do aumento de salário, a mudança da família para a casa do porteiro, bem maior do que o cubículo em que viviam. Os anos se passaram, João chegou à idade escolar e foi estudar em um Brizolão. Muito estudioso, se destacou logo e conseguiu, sempre em escola pública, concluir o ensino fundamental e o médio. Soube que podia se inscrever no Prouni e não relutou. Saiu-se bem na prova do Enem e, assim, foi cursar o seu sonho: engenharia em uma das melhores universidades desta área.
A universidade tinha inúmeros outros cursos. Maria cursava sociologia e adorava participar do Diretório Acadêmico. Era filha de um empresário, que começou com um restaurante de serviço a quilo no Centro e, hoje, já possuí cinco restaurantes na cidade. Ela estava lá pelo pagamento das mensalidades, que seu pai proporcionava. Era filha única e, por isso, sempre recebeu o máximo de atenção e carinho dos pais. Com um amor honesto e bastante vibrante, ela passa a se relacionar com João. Por sua vez, ele se sente deslumbrado, pois ela era linda, se expressava muito bem e tinha uma certeza de propósito que ele admirava. Eles formavam um belo casal. João tinha a mente voltada para as questões da física e matemática, mas as reuniões, que também participava no Diretório, lhe ensinaram que as ciências exatas não comandavam a sociedade. A casualidade fez com que eles, tão díspares, se encontrassem e a atração mútua fez com que eles se amassem.
Depois de uma noite juntos em um motel, Maria deixou João na porta do seu prédio, foi para casa e encontrou sua mãe acordada. Esta perguntou onde ela estava, porque suas amigas não sabiam ou não quiseram dizer. Maria contou que estava gostando muito de um rapaz e que, desta vez, era diferente. Ele também gostava muito dela. A mãe quis logo saber quem era ele, o que fazia, qual a intenção dela etc. Apesar do sono que sentia e da reação que previa sua mãe ter ao saber que João era pobre, Maria contou tudo. Sua mãe só lhe respondeu:
- Este não é o futuro que nós planejamos para você. Seu pai vai ficar muito aborrecido com sua escolha.
Maria respondeu:
- Minha mãe. Quem vai viver meu futuro sou eu. Então, me deixe escolher o que é melhor para mim.
- Minha filha! Nós planejamos tudo para você. Frequentamos uma roda social ampla para abrir opções para você. Proporcionamos viagens, cursos, aulas particulares, clubes e muito mais. Para, agora, você jogar tudo fora com um filho de porteiro. Sabe como se chama isto? “Jogar pérolas aos porcos.”
- Mãe, agora, você se suplantou. Está dizendo coisas que só não lhe respondo por você ser minha mãe. Só quero lembrar que o João está prestes a se formar em Engenharia. Mas, volto a dizer, a vida é minha e eu faço dela o que quiser.
- Esta é exatamente a questão. Você é muito jovem e não sabe ainda, direito, o que é melhor para você. Este é um namorico que logo acabará. Vê se não engravida, senão possivelmente você vai ter que cuidar desta criança sozinha. Principalmente depois que seu pai e eu formos embora.
- Mãe, você e meu pai não vão embora tão cedo. E, se existisse a hipótese de João e eu termos um filho, ele iria querer criá-lo. Estou cansada. Vou dormir.
- Nem conte a seu pai, porque ele pode ter um enfarte.
- Um dia ele vai ter que saber.
A mãe de Maria não dormiu esta noite. Rezou para Maria poder recuperar a razão e, assim, ver o que realmente é bom para ela. Se dona Raimunda soubesse que seu filho estava sendo atacado por rezas, rezaria para defendê-lo. Seria como elas estivessem esgrimindo com rezas.
Na manhã seguinte, a mãe de Maria não se conteve e, após verificar se seu marido já tinha tomado o remédio para controle da pressão, lhe contou tudo. Ele queria acordar a filha para lhe dizer umas e boas, mas foi contido pela mulher.
- Querido, você vai conversar com ela. Mas, se conversar com raiva, você pode ter um enfarte ou ela ficar magoada. Aí, por birra, ela pode fazer o que nem ia querer. É melhor você esperar ela acordar ou de noite, para você falar.
O marido ficou pensativo e sentenciou:
- Você sabe quem são os culpados de tudo isto? São os filhos das putas dos governantes do PT. Quando, neste mundo, o filho de um porteiro poderia se formar em Engenharia?

GLOBO E HSBC,TUDO A VER...

O caso de sonegação da Globo e o escândalo HSBC



Postado em 25 fev 2015
O "endereço" da "Empire" nas Ilhas Virgens: empresa da Globo nunca funcionou aqui
O “endereço” da “Empire” nas Ilhas Virgens: empresa da Globo nunca funcionou aqui

Desde que estourou o escândalo da lista do HSBC em Genebra, Suíça, a pergunta que não quer calar é: a Globo está lá? O jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, que recebeu uma cópia da relação através do ICIJ, siga em inglês para Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, da qual ele faz parte, pode vir a responder. Mas, como anunciou, não quer se precipitar, para não correr o risco de expor algum correntista que tenha conta legítima, ou seja, que não seja abastecida com dinheiro ilícito.
A suspeita de que a Globo faz parte do elenco desses correntistas faz todo sentido. Segundo o ex-funcionário do HSBC que vazou a relação, o banco se especializou em facilitar as coisas para correntistas que queriam lugar seguro para esconder o dinheiro do imposto que era sonegado no país de origem.
O coordenador do projeto que se seguiu ao vazamento (SwissLeaks), Serge Michel, diz: “O que descobrimos nos documentos do SwissLeaks é que o banco, para proteger ainda mais seus clientes, visto que a Suíça já não oferecia as vantagens do passado, propôs a eles novas modalidades offshore”. Michel cita as Ilhas Virgens Britânicas como um dos locais preferidos dos sonegadores.
A Globo aportou lá, em 1999, com a criação da Empire Investment Group Ltd., uma empresa que existe apenas no papel e tinha como endereço uma caixa de correio, como comprovei quando estive no país. No caso da empresa da Globo, a caixa número 3340 era dividida com a Ernst & Young, a consultoria de negócios que deu suporte para a Globo abrir e manter a companhia de papel.
Em 2013, o mesmo ICIJ trouxe a público um relatório com detalhes de 130 mil contas em paraísos fiscais. O escândalo ficou conhecido como Offshore Leaks.
base de dados disponível no site oficial contém informações sobre dez localidades, incluindo as Ilhas Virgens Britânicas, as Ilhas Cook e Singapura.
Nos dados relacionados ao Brasil, aparece um correntista com apenas o registro do endereço, sem nome de pessoa jurídica ou física, na avenida Atlântica, 2266, apartamento 302.
Cúmulo da coincidência: o prédio é vizinho ao edifício onde Roberto Marinho tinha um tríplex em 2004, vendido ao bicheiro Anísio Abrahão David, patrono da escola de samba Beija Flor.
Vizinho também do prédio onde mora a funcionária da Receita Federal que fez desaparecer o processo em que os três filhos de Roberto Marinho eram responsabilizados penalmente pela sonegação de mais de R$ 615 milhões, em valores de dezembro de 2006.
O inacreditável é que, aparentemente, é coincidência mesmo. Liguei para o apartamento 302 da avenida Atlântica 2266, e atendeu um homem com sotaque estrangeiro que se apresentou como Joseph. Ele diz que ali funciona a  Norwell do Brasil Ltda, uma empresa com negócios na Índia e no Quênia, segundo uma página na internet.
Joseph, que não quis dizer o sobrenome, ficou com o número do meu celular, e disse que o administrador entraria em contato. Ainda não recebi o telefonema.
A Receita Federal também não respondeu a um pedido de entrevista para explicar a situação da Globo em relação ao Fisco. A explicação da assessoria de imprensa é que a Receita não comenta casos de contribuintes, para proteger o sigilo fiscal.
Nem para dizer que providências a Receita tomou no caso da acusação de sonegação? – questionei.
— Nem para isso, respondeu a assessora Denise Naves.
A íntegra do processo de sonegação da Globo se tornou conhecida quando o site O Cafezinho, de Miguel do Rosário, obteve uma cópia e a colocou na internet.
Mas a Receita Federal remontou o processo, como é correto no caso de autos desaparecidos, e deu sequência ao trâmite determinado pelo auditor fiscal Alberto Zile, que recomendava a denúncia por crime contra a ordem tributária cometido pelos irmãos Marinho?

globo - documento


O site da Receita informava até pouco tempo atrás que o processo estava num trâmite bem demorado. Tinha começado em 2006 e, em 2014, oito anos depois, o trâmite continuava, sem chegar a lugar nenhum.
O que sabemos sobre o desfecho do processo é o que a Globo diz: em 2010, se beneficiando dos descontos do Refis, recolheu o DARF.
Mas cadê o DARF?
A Polícia Federal abriu e fechou o inquérito um ano depois, num procedimento absolutamente sigiloso, sem mostrar o DARF.
Graças ao vazamento do processo de sonegação, sabe-se que a data de investigação da Receita coincide com o desfecho de uma investigação na Suíça (sempre ela) que apurou corrupção na Fifa.
Em carta rogatória, o juiz de instrução do cantão de Zug, da Confederação Helvética (o antigo nome da Suíça), pediu ao Supremo Tribunal Federal que localizasse e interrogasse, na presença de agentes suíços, os senhores Marcelo Campos Pinto e Fernando Viegas Rodrigues Filho.
Pediu também que a justiça no Brasil requisitasse documentos da TV Globo relacionados ao contrato de aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.
Marcelo Campos Pinto é quem representou a TV Globo e uma de suas subsidiárias no Exterior, a Globo Overseas, na assinatura do contrato com a intermediária da Fifa (ISL) para a compra dos direitos da Copa.
Fernando Viegas Rodrigues Filho é um dos destinatários de um comunicado do Banco Central à TV Globo, autorizando a remessa de 221 milhões de dólares para a compra da Empire nas Ilhas Virgens Britânicas.
Hoje se sabe que era um negócio de mentirinha, para enganar o Fisco e sonegar impostos, mas à época o Banco Central aceitou formalmente o argumento de que a remessa era para “fins de investimento brasileiro no exterior”.
A realidade é que a própria Globo tinha aberto a Empire nas Ilhas Virgens Britânicas, para que ela ficasse com os direitos de transmissão da Copa. Ao simular a compra da empresa, trouxe os direitos, sem recolher impostos no Brasil.
O então presidente do Supremo, Maurício Corrêa, hoje falecido, atendeu ao pedido da justiça suíça. Os papéis da TV Globo e os depoimentos dos dois executivos foram enviados para o cantão de Zug em janeiro de 2005.
Um dos advogados relacionados no caso para defender a Globo e os executivos é Rodrigo Ferrante Perez, filho de uma das mais conhecidas autoras de novela da TV Globo, Glória Perez.
(Glória Perez também é moradora do prédio onde Roberto Marinho tinha o tríplex, hoje em nome do bicheiro Anísio da Beija Flor, naquele miolinho já famoso da avenida Atlântica).
Procurei Rodrigo Perez, mas ele disse não se lembrar dessa ação. Ficou de levantar informações e entrar em contato.
Alguns meses depois que a documentação seguiu para Zug, na Suíça, a Receita Federal iniciou a auditoria na Globo, que terminou com a conclusão de que a TV cometeu fraude e simulação, com o objetivo de não pagar impostos no Brasil.
Na mesma época, tinha início o inquérito do mensalão, que terminou com parte da cúpula do PT na cadeia, sete anos mais tarde.
A denúncia do procurador-geral Antônio Fernando Barros e Silva de Souza diz que, além das operações ilícitas envolvendo o PT e o Banco Rural, a investigação revelou práticas fraudulentas envolvendo o mesmo banco e dezesseis pessoas físicas e jurídicas, entre elas a Globo Comunicações e Participações.
Não é novidade que esse fato passou longe dos debates dos ministros do Supremo Tribunal Federal, durante o julgamento do mensalão. Mas chega a ser escandaloso que a investigação, contida num inquérito paralelo no Supremo, seja mantida até hoje sob mais absoluto sigilo.
Quem pratica fraude bancária, como denunciou o Ministério Público Federal nesse caso do mensalão, ou é apanhada na sonegação, como ficou comprovado no processo da Receita, pode ter seu nome relacionado em qualquer lista de correntistas suspeitos.

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Sobre o Autor
Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquim.gil@ig.com.br

A GLOBO QUER CASSAR OS VOTOS DOS BRASILEIROS

O diretor da Globo que quer cassar 54 milhões de votos



Postado em 23 fev 2015
Sem noção
Sem noção
O que acontece quando um jornalista acredita na Veja e é formado pela Globo?
Bem, são grandes as chances de ele se tornar Erick Bretas.
Bretas, que ocupou diversas posições de destaque no telejornalismo da Globo e hoje é seu diretor de Mídias Digitais, fez ontem uma coisa que desafia a capacidade de compreensão.
Defendeu, no Facebook, a cassação de 54 milhões de votos dados há menos de cinco meses para Dilma.
Ele acha que Dilma deve ser objeto de impeachment. E fez questão de avisar que estará na manifestação pela queda do governo eleito em 15 de março.
Uma jornalista da grande mídia, extremamente incomodada com a fanfarronice de Bretas, foi quem me avisou.
Eu jamais ouvira falar dele, e lamento tê-lo conhecido. Mas não me surpreendo.
É uma oportunidade de as pessoas saberem como é feito o jornalismo da Globo, para além dos comentaristas e apresentadores que estão na tela.
Atrás deles, há coisa igual ou pior, como Bretas.
Ele foi diretor executivo de jornalismo da TV Globo, cargo no qual foi substituído pela jornalista Sílvia Faria, celebrizada por ter mandado tirar o nome de FHC do noticiário da Lava Jato.
Você lê Bretas e descobre por que o jornalismo da Globo é o que é.
Ele cita a Veja, publicação sem nenhum compromisso com a verdade há muitos anos, como um muçulmano se refere ao Corão.
Isso o faria um analfabeto político, apenas, não fosse a posição que ocupa na Globo.
Imagine a forma como ele editou as reportagens quando ocupou posições de chefia na emissora. Agora pense no que esperam os consumidores do jornalismo digital da Globo sob seu comando.
E o fato é que Bretas é um na multidão dentro da Globo.
Fica claro, lendo o seu bestialógico, por que a Globo escondeu o helicóptero com meia tonelada de pasta de cocaína descoberto no helicóptero de um amigo fraternal de Aécio.
Também ficou evidente por que o aeroporto de Cláudio não mereceu uma cobertura minimamente decente da Globo.
Com editores como Bretas, como esperar que a Globo fosse tratar como deveria o espetacular caso das contas secretas do HSBC?
Isso só vai virar assunto se aparecer, na lista das contas, alguém ligado ao governo. Desde que, naturalmente, nela não figure alguém da família Marinho.
Bretas é uma aberração jornalística, e uma tragédia para o jornalismo brasileiro. Dado o alcance da Globo, e seu poder de manipulação, é uma ameaça à sociedade. Quantos cidadãos ingênuos não são deformados pelo trabalho de jornalistas como ele?
Pessoalmente, gostaria de saber se sua indignação não se estende à sonegação multimilionária de sua empresa.
Também queria saber, imaginando que ele seja um advogado do livre mercado, sua opinião sobre a reserva que ainda hoje beneficia a Globo e demais empresas jornalísticas.
Talvez fosse bom também ouvi-lo sobre o Mensalão eterno da Globo – o dinheiro público em doses colossais que acorre à empresa por meio de publicidade federal.
Sem esse dinheiro, coisa de meio bilhão ao ano de reais apenas do governo federal (sem contar os estaduais), a Globo, tal como conhecemos, verga e quebra. E Bretas, o homem que quer cassar Dilma, perde sua boquinha.
Ele avisa, num tom estranhamente solene, que vai para a rua em 15 de março — não como um reporter para cobrir o protesto, ou mesmo como um editor para observar as coisas, mas como o que de fato é: um militante de direita fantasiado de jornalista.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.