segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

UM RELATÓRIO DE DAVOS...

Relatório em Davos mostra que 85 pessoas detêm 46% da riqueza mundial

Apenas 85 pessoas no mundo detém 46% de toda a riqueza produzida no planeta – mesmo percentual de metade da população – segundo um novo relatório, divulgado nesta segunda-feira no Fórum Econômico de Davos, na Suíça

O documento realça a incapacidade de políticos e líderes empresariais em deter o crescimento da desigualdade econômica.

“Os resultados apresentados no estudo minam a democracia e tornam mais difícil a luta contra a pobreza”, afirmou o grupo humanitário britânico Oxfam International, que assina o relatório.

– É impressionante que, em pleno Século XXI, metade da população mundial tenha apenas um pouco mais do que uma elite cujos números permitem tê-los, todos, sentados confortavelmente em um único vagão de um trem. Ampliando-se a desigualdade, cria-se um círculo vicioso no qual a riqueza e o poder concentram-se, cada vez mais, nas mãos de poucos, deixando o resto de nós a lutar por migalhas da mesa superior – disse Winnie Byanuima, diretora executiva do grupo.

Lição de Marx

Em um outro relatório, divulgado na semana passada, o Fórum Econômico Mundial já abordava a desigualdade e a concentração de renda no mundo como o mais sério risco de danos políticos e instabilidade na próxima década. Na segunda década do século XXI confirma-se, integralmente, a Lei Geral da Acumulação Capitalista formulada assim n’O Capital, do economista Karl Marx: “À medida que diminui o número dos potentados do capital que usurpam e monopolizam todas as vantagens deste período de evolução social, crescem a miséria, a opressão, a escravatura, a degradação, a exploração, mas também a resistência da classe operária”.

A Organização Internacional de Trabalho (OIT), em linha com a miséria causada por um sistema global intrinsecamente injusto, mais de 200 milhões de trabalhadores estão desempregados no mundo. Apenas a União Europeia tem mais de 30 milhões de pessoas sem emprego e 127 milhões vivendo na pobreza extrema. Na França, mil empregos são destruídos por dia e cinco milhões estão sem trabalho. Na América Latina e Caribe a taxa de desemprego entre os jovens é de 13,7%, ou 22 milhões; na Espanha, 56%, e na Grécia, 61%. Ainda de acordo com a OIT, 73 milhões de jovens estão desempregados e este índice continua crescendo.

Na Alemanha, um dos maiores exportadores do mundo e país mais rico da União Europeia, 30% da população vivem abaixo da linha de pobreza e 7,45 milhões de trabalhadores têm “miniempregos”, nos quais o trabalhador recebe 450 euros (R$ 1.200) por mês. Caso esses trabalhadores fossem somados à população desempregada, o desemprego pularia de 7% para 24%.

Na principal cidade dos Estados Unidos, Nova York, 50 mil trabalhadores moram em abrigos porque seus empregos são de baixa remuneração e na Espanha, até junho de 2013, 20 mil famílias foram despejadas de suas casas.

A fome segue como a principal causa de morte no planeta. Na década de 1950, 60 milhões de pessoas passavam fome. Atualmente, são quase um bilhão. Mas, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o número de pessoas com desnutrição – que sofrem de uma ou mais deficiências em micronutrientes (vitaminas e outros) – já alcança dois bilhões. Segundo Jean Ziegler, ex-relator especial para o Direito à Alimentação das Nações Unidas (ONU), 18 milhões morrem de fome por ano e, a cada 5 segundos, uma criança morre de fome.

O desenvolvimento do capitalismo, portanto, não trouxe mais progresso nem uma vida melhor para a maioria da população, mas sim desemprego, fome e sofrimento. Porém se a pobreza aumenta, cresce a riqueza daqueles 85 capitalistas. Em 2000, apenas 1% dos norte-americanos detinha 32,8% da riqueza do país; em 2013, passaram a abocanhar 40%.

Oligarquia financeira

No mundo, de acordo com Mapa da Desigualdade em 2013, os 10% mais ricos do planeta detêm atualmente 86% da riqueza mundial. Destes, 0,7% tem US$ 98,7 trilhões e a posse de 41% da riqueza mundial, maior valor já registrado na História da Humanidade. Com uma enorme soma de capital em suas mãos, um reduzido grupo de multimilionários, donos de grandes bancos, fundos de investimentos e monopólios espalhados pelo planeta, controla a indústria, o comércio e a agricultura.

Estudo realizado pelo Instituto Federal de Tecnologia da Suíça enfocando 43 mil empresas multinacionais concluiu que 174 delas (na maioria bancos) controlam 40% da economia mundial. Nos Estados Unidos, maior país capitalista do mundo, apenas cinco bancos (JP Morgan, Goldman Sachs, Citigroup, Bank of América e Weels Fargo) têm ativos de US$ 8,5 trilhões, cerca de 56% do PIB, e 10 empresas controlam 85% dos alimentos de base negociados no mundo.

Não bastasse, desde o início da crise, governos e bancos centrais repassaram mais de US$ 30 trilhões a essa oligarquia financeira, provocando o maior endividamento público da história. Somente o Tesouro dos EUA, segundo relatório do U.S. Government Accountability Office (U.S. GAO), entregou 16 trilhões de dólares em empréstimos a juros negativos às grandes empresas e bancos do país, embora tenha demitido milhares de funcionários públicos.

O resultado desses planos de ajuda aos bancos foi o crescimento exponencial das dívidas públicas, dívidas dos Estados, mas pagas pelos impostos cobrados dos trabalhadores. Em 2007, a dívida pública dos EUA era de 66,5% do PIB, e pulou para 106,5% em 2012, levando o país a viver em estado permanente de calote. A dívida pública do Japão é superior a 200% do PIB e a da França, segundo o próprio governo, chegará a 95,1% do PIB em 2014. Por sua vez, dados do FMI indicam que a dívida do governo central da China soma 46% de tudo o que o país produz.

Para pagar essas dívidas, a solução dos governos capitalistas são os chamados planos de austeridade, ou seja, jogar esse endividamento nos ombros dos trabalhadores. Por isso, medidas como redução de salários dos funcionários públicos, cortes das verbas para a saúde e educação, privatização de empresas públicas, eliminação de direitos trabalhistas, diminuição das aposentadorias e, consequentemente, destruição de pequenas e médias empresas.

Ao lado do crescimento da concentração de capital, do aumento de fusões e aquisições entre as empresas em todo o mundo, temos o aumento exponencial da especulação financeira. Segundo relatório do Mackinsey Global Institute, em números absolutos, o estoque total de ativos financeiros – depósitos bancários, financiamentos, títulos de dívida privada e pública, ações de companhia – atingiu US$ 225 trilhões no ano passado. Um volume 10% maior que em 2007, ano de início da crise, e o equivalente a 312% da produção global. Já o montante dos derivativos no mundo atingiu US$ 600 trilhões em 2011, segundo números do Bank for International Serrlements (BIS).

É esta oligarquia financeira que impõe sua vontade e seus interesses em todos os países e obrigam os governos e os bancos centrais da Europa, América Latina, África ou da Ásia, a adotarem a mesma política de ampla proteção ao capital financeiro. Ocorre, assim, uma verdadeira fusão do Estado com o capital financeiro.

Dessa forma, a globalização da economia nada mais é que a extensão do domínio desse pequeno e poderoso grupo de bilionários dos países imperialistas em aliança com a grande burguesia dos demais países, para obter superlucros.

Luta de classes

Há, ainda, o acirramento das contradições interimperialistas, isto é, entre EUA, Rússia, China, Alemanha, Japão, Inglaterra e França. Essas contradições ficam evidentes, quando verificamos que não existe um acordo comercial amplo no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC); prossegue a chamada “guerra cambial” ou a tentativa de impor o dólar e o euro como únicas moedas no mundo; bem como a feroz disputa pelo controle de regiões estratégicas do planeta, como se verifica na África, e em particular, no Oriente Médio, para ter a posse do petróleo, gás e de minérios estratégicos.

Na outra ponta, as potências capitalistas realizam acordos e tratados comerciais, visando a enfraquecer concorrentes e redividir os mercados, como fica claro, nos acordos dos EUA com a União Europeia para formar uma área de livre comércio e com o Japão no Pacífico, procurando isolar a China; da França com a Alemanha na Europa, ou com os acordos comerciais e investimentos da China na África e na América Latina.

São ainda características da crise, além da destruição de empregos, elevação do preço dos alimentos e do custo de vida e o empobrecimento das massas, o enriquecimento da grande burguesia mundial, em particular da alemã e da norte-americana, o surgimento de um reduzidíssimo número de milionários na China e o aumento das intervenções militares e guerras para saquear nações e controlar suas riquezas.

Em resposta a essa situação, os trabalhadores e a juventude organizam greves gerais, enfrentam os governos e seus aparelhos de repressão e promovem protestos e lutas. Os levantes populares na Tunísia, Egito, e em outros países da África; as greves gerais na Europa, a revolta de junho em nosso país, etc., são exemplos claros dessa tendência. Também, em função das medidas econômicas adotadas pelos governos burgueses em favor de bancos e monopólios, cresce o descrédito das massas no Estado burguês e em suas instituições, como Parlamento, União Europeia, FMI, OMC e ONU.

Com sua base social cada vez mais reduzida, os governos burgueses ampliam os gastos militares visando a enfrentar as revoltas populares e manter este carcomido sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção. O orçamento militar dos Estados Unidos cresceu 90% nos últimos 13 anos. A Rússia, em 2011, aumentou orçamento militar em 9,7% e a China elevou em 11,2% os gastos militares no ano passado.

Em outras palavras, os governos capitalistas aumentam a repressão sobre as massas, criminalizam os protestos e os movimentos sociais e montam uma rede de espionagem mundial na telefonia e na internet, violando as mais elementares liberdades democráticas.

O fato é que, neste século 21, temos um aumento extraordinário das guerras e intervenções militares imperialistas, como no Mali, Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria e Haiti, e, em outros países ocorre um processo de fascistização dos governos com a supressão de vários direitos democráticos, comprovando, como afirmou Lênin em sua obra O Imperialismo, fase final do capitalismo, que este sistema, em sua fase imperialista, tende para a violência e o autoritarismo.

Em síntese, o plano da burguesia mundial é resolver a crise, aprofundando a exploração das massas trabalhadoras, invadindo países, dominando povos e se apoderando, por meio de guerras, das riquezas naturais e dos mercados para garantir uma nova partilha do mundo e a escravização de bilhões de pessoas por um minoria de exploradores capitalistas.

Portanto, diferente do que prometeu a burguesia mundial, o século 21 não é o século da paz nem da harmonia entre capital e trabalho. Pelo contrário, em vez do “estado do bem-estar social”, temos crises econômicas, fome, ampliação do comércio de drogas e da prostituição, e o acirramento da luta de classes em todos os continentes.

Movimentos táticos

Ingressamos em um novo período de confrontos entre as classes, caracterizado, de um lado, pelo aumento da exploração dos trabalhadores, uma enorme destruição das forças produtivas, e o desencadeamento de novas guerras imperialistas e, de outro lado, pela resistência das massas exploradas e por um impressionante avanço das greves operárias e das lutas da juventude e demais oprimidos.

Os próximos anos serão, assim, anos de uma acirrada disputa por mercados e pelas riquezas naturais, como petróleo, minérios, pela água, e de grandes enfrentamentos entre as classes.

Porém, como afirma a Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (CIPOML), “os resultados da crise econômica capitalista dependerão das forças políticas atuantes e da sua inteligência para aproveitar a conjuntura. De uma crise econômica e uma guerra mundial surgiu a primeira revolução socialista, a de outubro de 1917 na Rússia, mas também, de uma grande crise econômica surgiu o fascismo alemão, o nazismo, encabeçado por Hitler. Quer dizer, a crise pode contribuir para a revolução, se existir uma força política com influência nas massas e capacidade para desenvolver os movimentos táticos que permitam derrubar os governos burgueses e pró-imperialistas”.

Portanto, caminhamos para duros combates entre os exploradores e explorados. As potências imperialistas não vacilarão e não têm vacilado em tudo fazer para salvar seu injusto sistema econômico e político e para que as riquezas continuem nas mãos de uma ínfima minoria, da oligarquia financeira internacional e seus sócios, embora isso signifique crianças morrendo de fome, milhões de operários desempregados, famílias vivendo sem casa, mais guerras e destruição do meio-ambiente.

Com efeito, a classe capitalista nunca ficou de braços cruzados vendo sua riqueza derreter, sempre agiu para proteger o lucro, a acumulação capitalista e a reprodução do capital. Não importa o que tenha que fazer nem quantas guerras tenha que realizar. Mas é verdade também que, por toda parte, avança a luta por uma vida nova, para libertar a humanidade das guerras e da exploração do capital e a perspectiva da revolução e do socialismo torna-se a cada dia mais concreta.

Fonte: Correio do Brasil - 20/1/2014.

CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS.

Nacional

FST 2014: Sindipetro-RJ debate criminalização dos movimentos sociais

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Quarta, 22 Janeiro 2014
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Não é de hoje que o movimento social no Brasil é tratado como caso de polícia. Os ataques recentes da polícia aos manifestantes são considerados resquícios da ditadura militar.
"Ditadura Ontem e Hoje - Ato Político contra a Criminalização dos Movimentos Sociais" foi o primeiro tema de debate que o Sindipetro-RJ e a campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso realizaram no Fórum Social Temático de 2014, em Porto Alegre. O evento, que aconteceu nesta quarta (22), no Memorial do Rio Grande do Sul, contou com a participação do diretor da FNP Emanuel Cancella, o diretor da CUT-RJ Edison Munhoz e o representante da FIST André de Paula.
Mídia
Quem acompanha as manifestações que vêm ocorrendo desde junho do ano passado em várias regiões do país, percebe que há uma articulação política, jurídica e militar que promove uma ofensiva contra os movimentos sociais e que, segundo Edison Munhoz, recebe o respaldo da mídia.
"Na tentativa de atacar e reprimir os setores mais organizados da sociedade, aqueles que enfrentam o sistema e que lutam pelo direito à educação, saúde, transporte e moradia, utiliza-se os meios de comunicação para criminalizar e jogar o movimento social contra a sociedade", denunciou o diretor de comunicação da CUT-RJ.
Pré-sal
Emanuel Cancella relembrou a mobilização que aconteceu em outubro passado contra o leilão de licitação do campo de petróleo de Libra, o primeiro do pré-sal e o maior da história do país.
"A campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso conseguiu mobilizar milhares de pessoas contra o leilão de Libra - a maior já conseguida em leilões de petróleo. E apesar do enfrentamento e da tentativa de repressão da Força Nacional de Segurança, conseguimos levar a discussão para as ruas e para a imprensa. Até a presidenta Dilma teve que ir à rede nacional justificar o leilão. Apesar de não obter a anulação do leilão, cumprimos com o nosso dever de informar a sociedade esse crime de lesa-pátria", declarou o diretor-geral do Sindipetro-RJ e da FNP.
Copa
O representante da Frente Internacionalista dos Sem-Tetos André de Paula denunciou a violação dos direitos humanos na remoção de famílias para as obras preparatórias dos megaeventos.
"No Rio, cerca de 30 mil famílias foram despejadas direta ou indiretamente por conta da Copa, com baixas indenizações, ausência de diálogo, fazendo com que os trabalhadores sejam jogados ainda para mais longe. O legado que a Copa vai deixar será parecido com o da África, onde pessoas continuam sem moradia, e os estádios, vazios", afirmou André.

Camilla Alves,
Agência Petroleira de Notícias

FÓRUM SOCIAL TEMÁTICO EM PORTO ALEGRE.

Nacional

FST 2014: o petróleo e as novas fontes de energia

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Quarta, 22 Janeiro 2014
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"Geopolítica do petróleo e a necessidade de mudança da matriz energética" foi o tema do segundo debate promovido pelos petroleiros no Fórum Social Temático de Porto Alegre.
Na tarde desta quarta-feira (22), os diretores do Sindipetro-RJ Emanuel Cancella, José Maria Nascimento e Edison Munhoz denunciaram a entrega do nosso petróleo e apontaram as perspectivas de transição para uma nova matriz energética.
"Enquanto as guerras contemporâneas têm como pano de fundo o petróleo, nossos governantes entregam a preço de banana, a maior descoberta da Petrobrás e um dos maiores campos de petróleo do mundo: 15 bilhões de barris de petróleo, uma riqueza estimada em mais de 1 trilhão de doláres vendida por 15 bilhões de reais", denunciou Cancella.
O diretor-geral do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros ainda afirmou a necessidade de transição para novas fontes de energias. "O petróleo pode ser a salvação, financiando uma nova matriz energética. No Brasil, por ser um país tropical, podemos utilizar a energia solar, bacias hidrográficas, eólica etc. Precisamos ter uma política voltada para isso e dinheiro para financiar essa mudança. Nós defendemos o uso do petróleo de forma mais racional e que seus recursos possam, também, financiar outras formas de produção de energia", concluiu.
José Maria, por sua vez, alertou sobre a tentativa de sucateamento e o processo de desinvestimento na Petrobrás, "a fim de desestabilizar economicamente a empresa e justificar a privatização do nosso petróleo".
E Edison Munhoz encerrou o debate criticando a mídia por "servir única e exclusivamente a interesses corporativos e patrocinar a entrega da maior riqueza do Brasil para petroleiras estrangeiras".

Camilla Alves,
Agência Petroleira de Notícias

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

RS CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES...

Nacional

Governo do Rio Grande do Sul reestatiza rodovias

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Segunda, 13 Janeiro 2014
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Governo do Rio Grande do Sul reestatiza rodovias privatizadas há  15 anos devolvendo a responsabilidade de cobrança de pedágios nas estradas estaduais ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e as federais ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito e Transporte (Dnit). O pedágio, suspenso desde o último domingo (29), só voltará a ser cobrado a partir do próximo dia 6 de janeiro.
A partir do próximo dia 6 de janeiro, a cobrança de pedágios em alguns trechos de rodovias do Rio Grande do Sul ficará sob responsabilidade dos governos estadual e federal, segundo notícia publicada pelo repórter especial Lucas Azevedo, do jornal O Estado de S. Paulo.  Desde último domingo (29), a cobrança foi suspensa. Há 15 anos, as praças de pedágios em estradas e rodovias no Rio Grande do sul estavam com as concessionárias que, de acordo com levantamento da Agência Reguladora dos Serviços Delegados do RS (Agergs), arrecadaram R$ 5,5 bilhões durante esse tempo.

 Desse valor arrecado em todo o período que administrou as praças de pedágios, R$ 3,06 bilhões foram investidos nas rodovias e R$ 2,44 bilhões foram gastos com funcionários, impostos, equipamentos e revertidos em lucro.

 Com a reestatização de rodovias privatizadas, as estradas estaduais estão sendo devolvidas ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), enquanto as federais, ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Sendo que três pólos com dez praças serão suspensos e dois, com cinco postos de cobrança, repassados à recém-criada Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). As estradas estaduais estão sendo devolvidas ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), enquanto as federais, ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).

TRECHOS

A partir do dia 6 de janeiro as cobranças serão feitas nos pólos de Gramado nos trechos Gramado-Taquara (ERS-115), Gramado-Nova Petrópolis (ERS-235) e São Francisco de Paula (ERS-235) - e Metropolitano - Santo Antônio da Patrulha (ERS-474) e Viamão-Pinhal (ERS-040). Nestes locais, a cobrança será feita pela EGR.

 Já nos pólos de Carazinho, em trechos como Carazinho-Soledade (BR-386), Carazinho-Sarandi (BR-386), Carazinho-Passo Fundo (BR-285) e Carazinho-Panambi (BR-285) - de Vacaria -Vacaria-divisa com SC (BR-116), Vacaria-Campestre da Serra (BR-116) e Vacaria-Lagoa Vermelha (BR-285) - e Metropolitano - Guaíba-Camaquã (BR-116), as cobranças serão feitas pela União.
Fonte: Brasil247

domingo, 12 de janeiro de 2014

FALA BOFF...

Opinião

O funesto império das corporações

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Quinta, 09 Janeiro 2014
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Leonardo Boff reflete sobre a organização econômica mundial, em que 1% das corporações concentra a riqueza e castiga toda a humanidade. Indica a leitura de um resumo explicativo, feito pelo professor. de economia da PUC-SP Ladislau Dowbor e disponível em seu site (hppt://dowbor.org) . Ao final, indaga: até quando suportaremos?
Os bons votos de um ano feliz são rituais. Não passam de simples votos, pois não conseguem mudar o curso do mundo onde os super-poderosos seguem sua estratégia de dominação global. Sobre isso é que precisamos pensar e até rezar pois as consequências econômicas, sociais, culturais, espirituais e para o futuro da espécie e da natureza podem ser nefastas.
Muitos como J. Stiglitz e P. Krugman esperavam que o legado da crise de 2008 seria um grande debate sobre que tipo de sociedade queremos construir. Erraram feio. A discussão não se deu. Ao contrário, a lógica que provocou a crise foi retomada com mais furor. Richard Wilkinson, um dos maiores especialistas sobre o tema desigualdade foi mais atento e dissse, há tempos, nums entrevista ao jornal Die Zeit da Alemanha:”a questão fundamental é esta: queremos ou não verdeiramente viver segundo o princípio que o mais forte se apropria de quase tudo e o mais fraco é deixado para trás?”.
Os super-ricos e super-poderosos decidiram que querem viver segundo o princípio darwinista do mais forte e que se danem os mais fracos. Mas comenta Wilkinson: “creio que todos temos necessidade de uma maior cooperação e reciprocidade, pois as pessoas desejam uma maior igualdade social”. Esse desejo é intencionalmene negado por esses epulões.
Via de regra, a lógica capitalista é feroz: uma empresa engole a outra (eufemisticamente se diz que se fizeram fusões). Quando se chega a um ponto em que só restam apenas algumas grandes, elas mudam a lógica: ao invés de se guerrearem, fazem entre si uma aliança de lobos e comportam-se mutuamente como cordeiros. Assim articuladas detém mais poder, acumulam com mais certeza para si e para seus acionistas, desconsiderando totalmente o bem da sociedade.
A influência política e econômica que exercem sobre os governos, a maioria muito mais fracos que elas, é extremamente constrangedor, interferindo no preço das commodities, na redução dos investimentos sociais, na saúde, educação, transporte e segurança. Os milhares que ocupam as ruas no mundo e no Brasil intuíram essa dominação de um novo tipo de império, feito sob o lema:”a ganância é boa” (greed is good) e “devoremos o que pudermos devorar”.
Há excelentes estudos sobre a dominação do mundo por parte das grandes corporações multilaterais. Conhecido é o de David Korten”Quando as corporações regem o mundo”(When the Corporations rule the World). Mas fazia falta um estudo de síntese. Este foi feito pelo Instituto Suiço de Pesquisa Tecnológica (ETH)” em Zurique em 2011 que se conta entre os mais respeitados centros de pesquisa, competindo com MIT. O documento envolve grandes nomes, é curto, não mais de 10 páginas e 26 sobre a metodologia para mostrar a total transparência dos resultados. Foi resumido pelo Prof. de economia da PUC-SP Ladislau Dowbor em seu site (hppt:// dowbor.org) Baseamo-nos nele.
Dentre as 30 milhões de corporações existentes, o Instituto selecionou 43 mil para estudar melhor a lógica de seu funcionamento. O esquema simplificado se articula assim: há um pequeno núcleo financeiro central que possui dois lados: de um, são as corporações que compõe o núcleo e do outro, aquelas que são controladas por ele. Tal articulação cria uma rede de controle corporativo global. Essse pequeno núcleo (core) constitui uma super-entidade(super entity). Dele emanam os controles em rede, o que facilita a redução dos custos, a proteção dos riscos, o aumento da confiança e, o que é principal, a definição das linhas da economia global que devem ser fortalecidas e onde.
Esse pequeno núcleo, fundamentalmente de grandes bancos, detém a maior parte das participações nas outras corporações. O topo controla 80% de toda rede de corporações. São apenas 737 atores, presentes em 147 grandes empresas. Ai estão o Deutsche Bank, o J.P. Morgan Chase, o UBS, o Santander, o Goldes Sachs, o BNP Paribas entre outros tantos. No final menos de 1% das empresas controla 40% de toda rede.
Este fato nos permite entender agora a indignação dos Occupies e de outros que acusam que 1% das empresas faz o que quer com os recursos suados de 99% da população. Eles não trabalham e nada produzem. Apenas fazem mais dinheiro com dinheiro lançado no mercado da especulação.
Foi esta absurda voraciade de acumular ilimitadamente que gestou a crise sistêmica de 2008. Esta lógica aprofunda cada vez mais a desigualdade e torna mais difícil a saída da crise. Quanto de desumanidade aquenta o estômago dos povos? Pois tudo tem seu limite nem a economia é tudo. Mas agora nos é dado ver as entranhas do monstro. Como diz Dowbor: ”A verdade é que temos ignorado o elefante que está no centro da sala”. Ele está quebrando tudo, critais, louças e pisoteando pessoas. Mas até quando? O senso ético mundial nos assegura que uma sociedade não pode subsistir por muito tempo assentada sobre a super exploração, a mentira e a anti-vida.
Fonte: Leonardo Boff é filósofo e teólogo 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

SNOWDEN ,UM ARQUIVO VIVO.

nternacional

Snowden faz campanha para ter asilo no Brasil

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Quinta, 19 Dezembro 2013
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O ex-consultor de empresa que prestava serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, quer asilo político do governo brasileiro. Por meio de uma campanha na internet que permite a assinatura de petições, Snowden pretende obter o apoio da população brasileira para vir ao país.

Esta deverá ser a segunda vez que o ex-consultor pede asilo ao governo brasileiro. Quando as primeiras denúncias sobre espionagem dos Estados Unidos vieram à tona, Snowden pediu asilo político a 21 países, entre os quais o Brasil.Na época, o governo negou o pedido. A concessão de asilo político é uma possibilidade prevista pela Constituição.
"Se Snowden estivesse no Brasil, seria possível que ele pudesse fazer muito mais para ajudar o mundo a entender como a NSA e aliados estão invadindo a privacidade de pessoas no mundo todo, e como podemos nos proteger, informa o texto da campanha na internet. O país mais adequado para abrigar alguém que denuncia irregularidades, o país cuja presidente fez um discurso veemente na ONU [Organização das Nações Unidas] denunciando a espionagem é o Brasil", acrescenta o texto.

Esta semana, o ex-consultor enviou uma carta à senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), uma das relatoras da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem, no Senado, em que se dispõe a colaborar com o governo brasileiro caso haja "possibilidades legais" para tal. Hoje (17), a CPI se reúne para discutir o tema e a possibilidade do asilo brasileiro a Snowden está na pauta. Em julho, o assunto chegou a ser debatido na Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado. Por unanimidade, os parlamentares recomendaram a concessão de asilo ao ex-consultor.

Edward Snowden está atualmente na Rússia. O país lhe concedeu asilo temporário de um ano, prazo que expira em meados de 2014. As denúncias feitas por Snowden sobre as práticas de espionagem dos Estados Unidos causaram reações em vários países, entre os quais o Brasil. O tema chegou a ser discutido na ONU, para que sejam elaboradas normas internacionais com o objetivo de proteger dados na internet.

Fonte: Agência Brasil

DIREITOS HUMANOS.

Direitos Humanos

Pena de morte não declarada: a discussão sobre as polícias no Brasil

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Quarta, 18 Dezembro 2013
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O debate sobre as polícias atravessa a América do Sul. No Fórum de Direitos Humanos, a ministra de Direitos Humanos pediu reação em defesa dos mais pobres.

Alguém do público gritou: “Traidor!”. Um grupinho o seguiu. Luiz Inácio Lula da Silva os olhava do cenário, sério, muito sério. E escutou de outro setor: “Lula guerreiro/ do povo brasileiro”. Então desprendeu o microfone de seu suporte e começou a caminhar rápido, quase como Mick Jagger. Foi um momento intenso do Fórum Mundial dos Direitos Humanos que aconteceu com milhares de pessoas e centenas de painéis, entre protestos e alegrias, com clima de controvérsia e debate.

Quando Lula fez sua intervenção no Fórum, na quinta-feira pela tarde, já apareciam com nitidez dois temas. Um, o papel das polícias dos estados, que na Argentina se chamam províncias. Outro, as reivindicações de povos originários por suas terras. Os protestos contra Lula partiram de um grupo do segundo setor. No Brasil ainda se fala de índios e não de povos originários, assim como se fala de negros e não de afro-brasileiros. Sem voltas.

Lula entrou de cabeça na discussão porque antes dele a presidenta Dilma Rousseff havia sido alvo de um protesto de uma parte do público pelos mesmos dois temas.
Dilma recebeu os gritos depois de entregar os prêmios aos direitos humanos. Um dos que recebeu o prêmio foi Julio Jacobo, um portenho de Flores Sur da Flacso-Brasil que investiga sobre segurança pública e os níveis altos de vitimização de pobres e negros.

Outra das premiadas foi Debora Maria da Silva, mãe de um jovem assassinado em 2006, durante um tiroteio cruzado entre duas instituições policiais. “Se temos uma polícia militarizada, a democracia é falsa”, afirmou com voz forte. “A bala acertou no coração do meu filho, mas não me livrou do compromisso de lutar por este país.” E encerrou assim: “Se comemora o fim da ditadura militar, mas se esqueceram de comunicar à polícia que a ditadura terminou”. A ditadura governou de 1964 a 1985, durante 21 anos ininterruptos.

Polícias

No Brasil, como na Argentina, cada estado tem sua polícia. Só que no Brasil a polícia de cada estado se chama Polícia Militar. O chefe depende do governador do estado, mas antes deve ser aprovado pelas Forças Armadas.

Os dois aspectos criam um duplo problema.

Por um lado, a referência original às forças armadas vertebra polícias não verticais, mas militarizadas nas quais nem sequer os próprios agentes têm forma de defender seus direitos como cidadãos.

Por outro lado, a forte dependência dos governadores faz que o governo nacional careça de instrumentos de mando e controle.

A estrutura política do Brasil acrescenta outro problema aos dois anteriores: muitos governadores pertencem ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro que, a rigor, é uma constelação de forças estaduais. O PMDB é o aliado de centro ou de centro-direita (depende do caso e do Estado) da coalisão de governo que, a nível nacional, é dirigida pelo Partido dos Trabalhadores de Lula e Dilma. Não apenas é um aliado a nível de governações. Também, ou sobretudo, no Congresso nacional.

Dilma, então, como Lula antes, não apenas tem um limite de jurisdição, mas político. O avanço sobre os governadores ou os estados é parte de uma equação onde, além da Constituição, há margens ditadas pela política. Nessa equação, diluir-se em aliados incômodos carrega o perigo de perder identidade e perder aliados sobre o risco de diluir as possibilidades de governar o processo de mudança que tirou da pobreza 40 milhões de brasileiros nos últimos dez anos.

“No Congresso nacional não podemos fazer o que queremos”, disse Lula. “Há algo que se chama correlação de forças. Há que negociar.”

O equilíbrio não impede movimentos como o que protagonizou no próprio Fórum a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes. “O mundo ainda discute a pena de morte, que não deveria existir mais”, disse. E se perguntou: “Não deveríamos reagir porque há uma pena de morte não declarada nos bairros periféricos de Brasil?”. A própria ministra disse:

“As democracias também precisam democratizar-se. O acesso à Justiça é fundamental em um país onde morrem proporcionalmente muito mais negros que brancos. Aproximadamente 82% mais. O racismo é parte da estrutura mais profunda de uma sociedade que foi escravista. A democracia racial não foi assumida e é uma marca profunda”.

Quando entrou uma bateria enquanto pronunciava seu discurso, a ministra olhou para eles e disse que “o Brasil acredita na democracia e no diálogo como princípio”.
Também lembrou que “no Brasil, as violações aos direitos humanos não passam despercebidas para nós, no Estado” e que “nas manifestações de junho aqui, houve uma presidenta que não reagiu com intolerância”.

Em junho, manifestantes que se concentraram primeiro em São Paulo e depois no Rio de Janeiro e nas principais cidades contra a precariedade do transporte público em alguns Estados, foram reprimidos com ferocidade. A presidenta disse que havia que escutar os protestos e os convocou a dialogar no Planalto, a casa de governo de Brasília.

Dilma chegou ao Fórum depois de ter viajado à África do Sul para os funerais de Nelson Mandela. Mencionou seu nome: “Mandela nos remete ao direito de resistência à opressão e também à capacidade de um líder de construir um país livre do racismo e da opressão”. Disse que com o projeto “Mais Médicos” o governo “leva atenção sanitária às periferias”, enquanto “enfrentamos a violência contra os jovens, sobretudo negros e pobres”.

Pablo Gentili, o secretário executivo do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais, a quem agradeceram Nunes e Lula, falou em nome dos organizadores do Fórum.

Em um dos trechos mencionou o assassinato de Kevin Molina, o menino de 9 anos que, em setembro, morreu assinado enquanto tratava de proteger-se na cozinha de sua casa em Villa Zavaleta durante um tiroteio. “Fechem os olhos e pensem que o menino que está embaixo da mesa, entre os tiros, é nosso filho”, pediu Gentili. “Tem angústia, medo. Não sentimos um vazio? A defesa dos direitos humanos pressupõe essa sensação de indignação. Se não estamos em condições de pensar que é nosso filho não estaremos em condições de desenvolver os direitos humanos. Mas da indignação há que fabricar reflexão e desenvolver estratégias e políticas públicas.”

Sem papeis

Quando Lula chegou ao Centro de Convenções, seus colaboradores já haviam lhe informado que poderia receber vaias ou gritos. Por isso subiu ao palco, olhou fixamente aos que o insultaram e disse que jogaria fora o discurso que trazia escrito. Na verdade, Lula fez isso muitas vezes. Quando era presidente, seguidamente começava lendo e depois improvisava. No Fórum mudou, pareceu decidir pelo gesto de lançar os papéis fora de forma ostensível. Fez, disse e depois de olhar aos que gritavam, gritou ele mesmo, com o microfone na mão:

“Se há algo que não me assusta é o protesto. Na década de 80 e de 90 ninguém protestou mais que eu, e os trabalhadores enfrentaram a polícia. Lutamos duramente pela democracia. Os governantes devem ter consciência de que a democracia permitiu que um índio chegasse à presidência da Bolívia, um negro à presidência dos Estados Unidos, um torneiro à presidência do Brasil e uma torturada pela ditadura à presidência deste país. Me orgulho de ter sido eleito presidente depois de três derrotas. Muitos queriam que desistisse, mas eu queria provar à elite brasileira que um torneiro mecânico sem diploma universitário podia ser presidente da república e fundar mais universidades que qualquer outro”.

Lula se meteu com a história. “Em 1550 o Peru já tinha sua primeira universidade. O Brasil, recém em 1930. Quase 400 anos depois. Hoje acontece que nunca tivemos tanta gente da periferia, tantos negros estudando neste país. Cerca de 50% dos alunos da Universidade Federal do ABC, que acaba de me conceder o doutorado Honoris Causa, são da periferia. Isso se chama direitos humanos. Dar ao pobre o direito de ser engenheiro, de ser diplomata, de discutir o mercado de trabalho em igualdade de condições. Quantos de vocês vieram de avião... Antes para estes fóruns só viajávamos em ônibus e dormíamos em colchões na rua.”

Narrou que, na primeira vez que viu Mandela, “entendi que as pessoas não estavam contentes de que todos houvessem saído da pobreza, porque isso não havia acontecido, mas porque o povo sentia que Mandela havia recuperado a dignidade dos negros”.

Em sua própria opinião, a melhor herança que deixou foram as conferências nacionais para debater temas. “Me diziam que não fosse à LGTB. Fui. Tratei com respeito e me trataram com respeito.”

“Se é pouco? Sim, claro, eu sei que é pouco. Mas também, se quiserem saber, como experimentei em minha própria vida, o que é buscar água em um balde, como é estar sem comer, como é levantar com bichos na cama, perguntem a mim.”
Fonte: Carta Maior