domingo, 17 de junho de 2012

CARTA DE MARICÁ;DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL A RIO + 20


CARTA DE MARICÁ NO DIA DA AÇÃO GLOBAL DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
CARTA DE MARICÁ
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe, livre e comum.
Os movimentos sociais e instituições, sócio-ambientais, populares e sindicais, reunidos na Comunidade de Zacarias no município de Marica-RJ, nos dias 26 e 27 de janeiro de 2008 para marcar o dia de ação global do Fórum Social Mundial com o lema UM OUTRO MUNDO SUSTENTÁVEL É POSSÍVEL
DECLARAM QUE ESTA AÇÃO
– constatou que essa área de conflito sócio ambiental é de dimensões internacionais, onde o grupo Madri Lisboa/IDB do Brasil dedicado à especulação imobiliária, ameaça destruir uma área de preservação ambiental, cujos recursos naturais são patrimônio da humanidade, para nela implantar um mega resort associado a outros empreendimentos, reflete nossa clara oposição ao modelo neoliberal preconizado pelo Fórum Econômico Mundial, a quem atribuímos a principal responsabilidade pelo desequilíbrio global que ameaça todas as formas de vida;
– Cumpriu a importante função de exemplificar como o avanço do processo de degradação da natureza está associado à degradação da vida humana e de tudo o que lhe é mais importante, resultando no agravamento dos conflitos que começam assumir características de guerra social;
Comprometendo-se a:
NO PLANO LOCAL E REGIONAL
– Promover a luta pela preservação da restinga de Maricá como patrimônio inalienável da humanidade;
– Promover uma ampla campanha pela criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável da Restinga e do Complexo Lagunar de Maricá que tem como objetivo básico preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações, em conformidade com o texto da lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC nº 9.985, de 18 de julho de 2000 e decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002;
– Desenvolver ampla campanha de investigação sobre a legítima propriedade na área de Jaconé onde há suspeita da construção de um mega empreendimento imobiliário pela BRASCAN, tendo em vista, a vocação da área para a criação de um entreposto pesqueiro de interesse nacional. Essa investigação deve ser estendida à Área de Proteção Ambiental de Marica;
– Promover ampla investigação nos processos de licenciamento nas áreas lagunares de Marica;
– Promover campanha de denúncia contra os danos a serem causados pela entrada em operação e produção da Bacia de Santos, que levará o aeroporto de Maricá a servir de base operacional de uso contínuo, com sobrevôos da APA, alertando ainda quanto ao risco da construção de um cais metálico (píer) na orla marítima, aumentando ainda mais a poluição ambiental nessa região;
– Promover a participação crítica e ativa da sociedade no processo de elaboração das agendas 21 dos municípios ameaçados pelo projeto de construção do COMPERJ (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), repudiando esse tipo de empreendimento que, além dos danos irreversíveis de agravamento da escassez de água e à biodiversidade na região, ferem normas internacionais de proteção e gerenciamento de áreas costeiras;
– Promover a denúncia de que os Planos de Compensação da Atividade Pesqueira, desenvolvidos pela Petrobrás, na verdade têm caráter de reconhecimento de crime ambiental premeditado, exigindo-se maiores cobranças em relação a suas responsabilidades junto às comunidades nas áreas em que ocorrem esses impactos;
– Promover a realização de atos de repúdio aos Governos que promovem a manipulação de leis e normas que regem a proteção de áreas de preservação ambiental em beneficio de grupos econômicos depredadores. Nesse sentido, exigimos que a ocupação de cargos de direção e deliberação dos órgãos de licenciamento ambiental ocorra apenas por servidor público de carreira, como forma de evitar favorecimentos;
– Promover ampla campanha em solidariedade aos trabalhadores negros e negras do Rio de Janeiro, contra as atitudes de cunho fascistas e racistas do governador do estado, Sérgio Cabral Filho;
NO PLANO NACIONAL E INTERNACIONAL
– Promover a conscientização da sociedade de que os problemas ambientais representam questões sociais estratégicas, com impactos diretos na economia que geram reflexos danosos na saúde pública e soberania dos povos, exigindo permanente estado de mobilização na defesa dos interesses da sociedade, em especial das populações mais pobres;
– Desenvolver ampla campanha de repúdio às Fundações Estatais de Direito Privado, ainda que sob gestão do Estado, por compreendermos que todo e qualquer processo que leve à privatização de serviços públicos devem ser condenados, cuja prática já foi adotada pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho;
– Desenvolver ampla campanha contra as terceirizações nas áreas meio e fim dos serviços públicos prestados à população, denunciando os riscos da crescente precarização e fragmentação das relações de trabalho e consumo;
– Promover a mobilização de todas as comunidades em defesa da revitalização do Rio São Francisco e contra o projeto criminoso de transposição que tem por objetivo favorecer o agronegócio com recursos públicos, em detrimento da agricultura familiar e das populações carentes do nordeste. Neste sentido, faz-se necessária a integração das diversas campanhas ambientais;
– Promover a mobilização da sociedade no sentido de revertermos o quadro atual do uso dos recursos naturais, predominantemente econômico, como no caso do consumo da água em que 70% de seu consumo concentra-se no agronegócio e 20% na indústria, restando apenas 10% para todos os demais usos, inclusive o consumo humano;
– Promover a compreensão da água, biodiversidade, energia e lixo como os principais desafios do século XXI, exigindo-se ampla mobilização em defesa de políticas públicas integradas sob controle da sociedade, com vistas a evitarmos os graves colapsos que se anunciam em termos de escassez, fome, proliferação de doenças e miséria que justificam crise generalizada, perda de direitos, ações militares e até futuras guerras;
– Promover a defesa de mecanismos participativos e sob controle social para utilização dos recursos do mar como mecanismo de defesa das águas costeiras e a preservação de suas espécies, criando-se mecanismos de proteção e promoção da pesca artesanal como atividade predominante nessas áreas;
– Reivindicar um caráter civil à presença brasileira no Haiti, para que o país não seja um campo de treinamento de forças repressivas. Propor missões de solidariedade técnico-científicas, no sentido de recuperar os graves danos ambientais e sociais causados pelo descaso internacional. Alertar ao governo brasileiro da oportunidade histórica que tem à frente: prestar auxílio ao país mais fragilizado de nosso continente e, por conseqüência, fortalecer as bases democráticas na América Latina;
– Promover a defesa da água e da biodiversidade como direitos humanos fundamentais, lançando uma ampla campanha pela emenda constitucional que garanta: 1) O fornecimento gratuito de 45 litros de água dia de água tratada por habitante; 2) predomínio do interesse social no processo de desenvolvimento, tornando de caráter deliberativo a participação pública em projetos de licenciamento ambiental;
– Denunciar, nacional e internacionalmente, a devastação cometida por grupos Espanhóis no Brasil, em especial o Grupo Madrid Lisboa e seus associados como o grupo IDB do Brasil, pelas ameaças à área de proteção ambiental de Maricá, resgatando o histórico de crimes ambientais que relacionem suas práticas ao crime organizado internacional;
- Denunciar amplamente todas as grandes corporações que promovem danos à sociedade e à natureza, comunicando a todos os agentes econômicos e financeiros – nacionais e internacionais – seus atos lesivos à governança corporativa;
– Propor junto a INTERPOL a criação de uma divisão de repressão a crimes contra a natureza e o patrimônio cultural e histórico;
– Condenar todo e qualquer pagamento da dívida externa dos países pobres, tendo em vista considerarmos nada dever a quem nada nos deu;
– Trabalhar a proposta de criação da Organização Latino Americana de Proteção à Água e à Biodiversidade, na perspectiva de realização do Fórum Social Mundial da Água, integrando a programação do Fórum Social Mundial em janeiro de 2009, em Belém do Pará, convocando – desde já – todos nossos parceiros a se mobilizarem nesse sentido. 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Rio+20 ou Rio-20

Rio+20 começou com falta de consenso

Há baixa expectativa de que documento final estipule metas ambiciosas para o desenvolvimento sustentável
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começa nesta quarta-feira (13), no Rio de Janeiro, com incertezas, falta de consenso e sem grandes expectativas de que o documento final estipule metas ambiciosas. Até ontem, havia confirmação da participação de representantes de 186 dos 193 países-membros da ONU - a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, representará o presidente Barack Obama.
Os principais impasses continuam em torno do fortalecimento do programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma) e sobre os temas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) - pelos quais os países avançariam como uma segunda etapa dos Objetivos do Milênio, um conjunto de oito metas estabelecidas pela ONU em 2000 e que devem ser atingidas por todos os países até 2015. Mas até a última reunião preparatória, no início do mês, em Nova York, não havia acordo nem mesmo sobre quantos deveriam ser os temas desses objetivos sustentáveis.
A ONU já dá como certo que as negociações não se encerram ao longo dos três dias de reunião preparatória do documento final, a partir de hoje. Por enquanto há acordo em relação a menos de um quarto dos parágrafos do documento. Como a decisão é por consenso entre os 186 países participantes, fica claro o tamanho do desafio. Já se inscreveram para fazer discursos durante a cúpula 76 presidentes, 6 vices, 44 primeiros-ministros e 7 vice-primeiros-ministros.
O Brasil defendeu ontem o fortalecimento de princípios acordados há 20 anos e que não haja retrocessos em pontos conquistados na Eco-92. A informação foi passada em uma entrevista sem muito entusiasmo concedida pelos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) no Riocentro, sede do evento.
Patriota disse que o País chega à última etapa de negociações defendendo a manutenção de pontos estabelecidos na Eco-92, como ter o ser humano como o centro das atenções e o princípio das "responsabilidades comuns, porém diferenciadas".
Em linhas gerais, esse princípio prevê que todos os países têm compromisso com as mudanças, mas os ricos têm mais, porque historicamente contribuíram mais com a degradação do planeta.
"A crise econômica há 20 anos afetava sobretudo os países em desenvolvimento. Hoje, o que antes era considerado periferia está trazendo respostas. A periferia de certa maneira virou o centro", disse Patriota.
Polarização
Sobre a divergência entre países ricos e pobres, um representante da ONU disse que hoje não dá mais para falar em polarização Norte-Sul. "Em que categoria Brasil, a sexta economia do mundo, China e Índia se colocam, como pobres? Claro que ainda existe muita pobreza. E há um medo dos países em desenvolvimento de serem forçados a tomar atitudes imediatas que possam prejudicar o seu crescimento. É mais complicado que Norte x Sul. O mundo está muito diferente."
Mais cedo, Izabella havia comparado a falta de acordo nas negociações com o que ocorreu no ano passado durante a conferência do clima (COP-17), em Durban, África do Sul. "Todos diziam que Durban não ia dar em nada, mas conseguimos reverter a situação", lembrou a ministra, sobre o acordo fechado em dezembro por representantes de 194 países de renovar o Protocolo de Kyoto para pelo menos até 2017.
Fonte: Agência Estado

Agronegócio: Veneno na sua mesa.

AGRONEGÓCIO, AGROTÓXICO E “AGROCÂNCER”

O Brasil é o maior consumidor mundial de venenos agrícolas. Consumimos sozinhos 20%  de todos os venenos do mundo. Com base em estudos de universidades brasileiras, o jornal Brasil de Fato, durante a Cúpula dos Povos, vai denunciar aquilo que muitos já desconfiavam e o Instituto Nacional do Câncer revela que no país devem ocorrer ao redor de um milhão de novos casos de câncer por ano. A maior parte deles originário de alimentos com agrotóxicos.
Inclusive o câncer de mama, que agora aparece entre as mulheres de todas as idades. A grande imprensa se cala porque os fabricantes desses venenos são multinacionais poderosas que já têm um histórico no ramo durante a 1ª e 2ª guerra mundial produziam armas químicas e agora são as responsáveis pelos agrotóxicos, são elas: Sygenta, Bayer, Basf, Dow, Monsanto, Dupont, Makhteshim (de Israel) Nufarm (Austrália) e Sumimoto e FMC (Japão).
O agronegócio é o principal parceiro dessas multinacionais e o responsável maior pelo uso dos agrotóxicos. O pior é que, além de contaminar os alimentos que, quando consumidos, adoecem os seres humanos, esses venenos ainda contaminam a mãe terra, os lençóis freáticos, os rios e as lagoas.
A Campanha Nacional contra o Uso de Agrotóxicos e pela Vida que reúne mais de 50 entidades nacionais da sociedade brasileira, as quais se soma o Sindipetro-RJ, que em sua missão permanente visa a conscientizar a população, os verdadeiros agricultores, as entidades e os parlamentares para que se ponha um fim ao uso de venenos em nosso país. E que, sobretudo, se penalizem as empresas transnacionais fabricantes. Essas empresas deveriam, inclusive, serem obrigadas a pagar ao SUS o custo do tratamento do câncer e de outras enfermidades comprovadamente originárias do uso de veneno em nossa alimentação.


Documentos alertam sobre risco de câncer pelo uso de agrotóxicos
Abrasco e Instituto Nacional do Câncer associam a incidência da doença à exposição aos agrotóxicos

Dois documentos divulgados no final de abril alertam para o risco de surgimento de câncer pelo excessivo uso dos agrotóxicos no Brasil. No dia 29, a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO) lançou a primeira parte do dossiê “Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde”, que busca, através de evidências científicas, chamar a atenção às doenças causadas pela exposição a esses produtos químicos. Conforme o dossiê da Abrasco, além dos efeitos imediatos, como intoxicação e morte, os efeitos crônicos podem ocorrer meses, anos ou décadas após a exposição aos agrotóxicos, manifestando-se em várias doenças como cânceres, má formação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.

Já o Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou, no dia 30, um documento em que também relaciona a ocorrência de câncer ao uso dos agrotóxicos. De acordo com o estudo do Inca, o Brasil registra em torno de 500 mil novos casos de câncer por ano, muitos deles relacionados diretamente ao aumento do uso de agrotóxicos, seja na sua aplicação e exposição, mas sobretudo a acúmulo dentro dos alimentos.

O estudo do Inca destaca o surgimento de câncer nos trabalhadores que aplicam e usam agrotóxico nas lavouras. “Associações positivas entre cânceres hematológicos e exposições ocupacionais a substâncias químicas foram observadas em estudos de caso - controle no sul do Estado de Minas Gerais para trabalhadores expostos a agrotóxicos ou a preservantes de madeira e para trabalhadores expostos a solventes orgânicos, lubrificantes, combustíveis e tintas”, afirma o documento.

Segundo Luiz Augusto Facchini, presidente da ABRASCO, a população exposta aos agrotóxicos vai desde os trabalhadores do campo e de fábricas que produzem os venenos até a população do entorno das áreas agrícolas e consumidores de alimentos contaminados.

O Brasil foi classificado, nos últimos três anos, como o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. De acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Observatório da Industria dos Agrotóxicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), divulgados durante o 2º Seminário sobre Mercado de Agrotóxicos e Regulação, realizado em Brasília (DF) em abril, enquanto, nos últimos dez anos, o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190%.

Conforme destaca o dossiê da Abrasco, o resultado da crescente dependência dos agrotóxicos e fertilizantes químicos é que um terço dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros está contaminado, segundo análise de amostras coletadas em todas as 26 Unidades Federadas do Brasil, realizadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2011.

A segunda parte do dossiê da Abrasco, que terá como tema "Agrotóxicos, Saúde e Sustentabilidade", será lançada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) - Cúpula dos Povos, durante a Rio +20 por Justiça Social e Ambiental, de 20 a 22 de junho, no Rio de Janeiro (RJ). Já a terceira parte do documento será lançada apenas em novembro no X Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em Porto Alegre (RS), e terá como tema “Agrotóxicos, Conhecimento e Cidadania”.

Veja relação do Inca que mostra cânceres que têm como causa os agrotóxicos:

Câncer na cavidade oral, faringe e laringe

Causas: agrotóxicos, amianto, fuligem de carvão, poeria de madeira, couro e cimento.
 
Câncer de mama

Causas: agrotóxicos, benzeno, campos e eletromagnéticos, hormônios e dioxinas.


Câncer no estomago e esófago

Causas: Poeiras da construção civil, de carvão e minerais. Vapores de combustíveis. Herbicidas e ácido sulfúrico.


Leucemias e mielodisplasias

Causas: acrinotrila, aminas aromáticas, agrotóxicos, benzeno, radiação, solventes, etc.

Eike Batista contra o povo

Saiba porque os agricultores do Açu estão sendo expulsos

R$ 150 milhões anuais de aluguel para 4 empresas no Açu
O anúncio do aluguel feito na última semana pela LLX de uma área que será ocupada pela conhecida empresa Subsea7, a quarta empresa do setor de apoio às atividades offshre que decidiu se instalar junto ao terminal on-shore TX-2, no Complexo Logístico-industrial do Porto do Açu, acendeu no blog, uma curiosidade sobre o valor destas áreas alugadas, numa área até agora de 730 mil m², de um total de área disponível para este fim de 2 milhões de m².
As outras empresas que decidiram se instalar são a Intermmor em uma área 52,3 mil m², a NKT Flexibles, numa área de 121 mil m² e Technip, em área de 289 mil m². Somando as quatro áreas se tem aproximadamente 730 mil m² alugados ao valor de R$ 6/m²/mês. No ano o valor é de 72 por m².
Assim, com uma área disponível de 2 milhões para esta finalidade (ver mapa ao lado) é possível estimar uma receita anual de R$ 144 milhões. Como todos os contratos estão sendo feitos num prazo de 10 anos, é possível estimar um valor total de cerca de R$ 1,5 bi.
Se levarmos em conta o valor a ser pago também pelas siderúrgicas para uso do terreno é possível supor em 10 anos receita superior a R$ 5 bilhões.
Assim, vê-se que a incorporação imobiliária, fora o projeto da Cidade X, se transformou, num dos mais importantes itens de faturamento, superior até a algumas atividades industriais e de logística que arrastam estas demais atividades projetadas para o Complexo do Açu.
Desta forma, se compreende como o uso do solo e a apropriação do território é um item importante nas estratégias de acumulação de capital do grupo EBX e o porquê das pressões e até truculência nos processos de desapropriação já vistos naquela região e amplamente divulgadas.
De outro lado, não se pode esquecer que o valor médio de terra pago como desapropriação aos pequenos produtores rurais foi (ou será ainda, porque a maioria deles ainda não recebeu, é de R$ 90 mil por alqueire, o que dá a quantia de R$ 1,90/m2 - considerando o alqueire com 48 mil metros quadrados).
Assim, vê-se a discrepância entre a compra por R$ 1,90 por m² e o valor do aluguel mensal de R$ 6 por m², mesmo considerando as chamadas benfeitorias que foram negociadas para a área do DISJB.
Esta é mais uma reflexão que o blog faz abertamente sobre o processo de implantação do Complexo do Açu e para a qual solicita a opinião de todos que acompanham o assunto, assim como a Codin e o próprio grupo EBX.

Fonte: Blog do professor Roberto Moraes, do IFF Campos dos Goytacazes

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Manifestação no Dia Mundial do Meio Ambiente no Rio de Janeiro


Redes e movimentos sociais que constroem a Cúpula dos Povos lembraram no dia 05 de junho o Dia Mundial do Meio Ambiente.



 


Um ato em frente ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea), no Rio de Janeiro, reuniu cerca de 200 pessoas. Os manifestantes levaram um boneco de Carlos Minc com nomes de "empreendimentos que prejudicam a natureza e as populações". As marcas foram coladas no colete, tradicional vestimenta do secretário do Ambiente. No final do protesto a alegoria, que exibia os símbolos de empresas como EBX e Chevron, foi enforcada.

Minc foi acusado de conceder licenças ambientais por pressões econômicas. Jacir do Nascimento, do bairro carioca Santa Cruz, denunciou os impactos na saúde dos moradores do entorno da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). Ele disse ainda que mais de 8 mil pescadores deixaram de trabalhar na região desde a chegada da empresa.

Sobre o tema, Marcelo Freixo informou que o Psol entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra o governo estadual. O deputado denunciou que a administração de Sérgio Cabral (PMDB) chamou de diferimento o valor de 552 milhões de reais dado à CSA. Ele disse que essa foi uma "maneira clara de burlar a lei", já que o adiantamento foi concedido "para a compra de artigos fixos, como máquinas, que não poderão ser vendidos e não darão retorno ao Estado".

Nesse sentido, o deputado ressaltou que a prática é uma "isenção ilegal" que favorece um “progresso vazio que vitima principalmente os mais pobres”. Hertz Leal, do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio, concordou que o meio ambiente está sendo agredido pelo atual modelo de desenvolvimento que não visa o interesse público, gerando uma cidade voltada para o lucro.


Leal criticou a economia verde, que será defendida durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Já o padre Geraldo João Lima, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), lembrou que os impactos dessa política têm afetado as cidades, mas também o campo. Por isso, defendeu a agroecologia contra o agronegócio, que “não planta pensando na saúde dos povos”.

Manifestações como essa no Rio de Janeiro, cidade que recebe a Cúpula dos Povos, ocorreram em outras partes do Brasil. Países como Colômbia, Argentina, Honduras, República Dominicana, Espanha, Suíça, Suécia, País Basco, Bélgica e Estados Unidos também realizaram atividades contra a mercantilização da natureza e em defesa dos bens comuns, eixos do evento alternativo à Rio+20.

Fonte: Agência Pulsar
Fotos: Samuel Tosta

Moção de repúdio ao duto do COMPERJ em Maricá


O 14º Congresso Estadual da CUT (CECUT) realizado no Rio de Janeiro aprovou, por unanimidade dos delegados presentes, na plenária, uma moção de repúdio à construção e operação do duto de esgotamento do COMPERJ em Maricá, na praia de Itaipuaçu.

Não é de hoje que o Conselho Comunitário de Maricá – CCM- se posicionou contra essa obra que cria um grande impacto ambiental e social sobre a região e o meio ambiente, inclusive na área da APA, da Serra da Tiricica, UMA VERGONHA!