domingo, 22 de abril de 2012

CORRUPÇÃO UMA TRAGÉDIA MUNDIAL...

Corrupção: crime contra a sociedade

Por Leonardo Boff*

Segundo a Transparência Internacional, o Brasil comparece como um dos países mais corruptos do mundo. Sobre 91 analisados, ocupa o 69% lugar. Aqui ela é histórica, foi naturalizada, vale dizer, considerada com um dado natural, é atacada só posteriormente quando já ocorreu e tiver atingido muitos milhões de reais e goza de ampla impunidade. Os dados são estarrecedores: segundo a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) anualmente ela representa 84.5 bilhões de reais. Se esse montante fosse aplicado na saúde subiriam em 89% o número de leitos nos hospitais; se na educação, poder-se-iam abrir 16 milhões de novas vagas nas escolas; se na construção civil, poder-se-iam construir 1,5 milhões de casas.

Só estes dados denunciam a gravidade do crime contra a sociedade que a corrupção representa. Se vivessem na China muitos corruptos acabariam na forca por crime contra a economia popular. Todos os dias, mais e mais fatos são denunciados como agora com o contraventor Carlinhos Cachoeira que para garantir seus negócios infiltrou-se corrompendo gente do mundo político, policial e até governamental. Mas não adianta rir nem chorar. Importa compreender este perverso processo criminoso.

Comecemos com a palavra corrupção. Ela tem origem na teologia. Antes de se falar em pecado original, expressão que não consta na Bíblia mas foi criada por Santo Agostinho no ano 416 numa troca de cartas com São Jerônimo, a tradição cristã dizia que o ser humano vive numa situação de corrupção. Santo Agostinho explica a etimologia: corrupção é ter um coração (cor) rompido (ruptus) e pervertido. Cita o Gênesis: “a tendência do coração é desviante desde a mais tenra idade”(8,21). O filósofo Kant fazia a mesma constatação ao dizer:“somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas”. Em outras palavras: há uma força em nós que nos incita ao desvio que é a corrupção. Ela não é fatal. Pode ser controlada e superada, senão segue sua tendência.

Como se explica a corrupção no Brasil? Identifico três razões básicas entre outras: a histórica, a política e a cultural.

A histórica: somos herdeiros de uma perversa herança colonial e escravocrata que marcou nossos hábitos. A colonização e a escravatura são instituições objetivamente violentas e injustas. Então as pessoas para sobreviverem e guardarem a mínima liberdade eram levadas a corromper. Quer dizer: subornar, conseguir favores mediante trocas, peculato (favorecimento ilícito com dinheiro público) ou nepotismo. Essa prática deu origem ao jeitinho brasileiro, uma forma de navegação dentro de uma sociedade desigual e injusta e à lei de Gerson que é tirar vantagem pessoal de tudo.

A política: a base da corrupção política reside no patrimonialismo, na indigente democracia e no capitalismo sem regras. No patrimonialismo não se distingue a esfera pública da privada. As elites trataram a coisa pública como se fosse sua e organizaram o Estado com estruturas e leis que servissem a seus interesses sem pensar no bem comum. Há um neopatrimonialismo na atual política que dá vantagens (concessões, médios de comunicação) a apaniguados políticos.

Devemos dizer que o capitalismo aqui e no mundo é em sua lógica, corrupto, embora aceito socialmente. Ele simplesmente impõe a dominação do capital sobre o trabalho, criando riqueza com a exploração do trabalhador e com a devastação da natureza. Gera desigualdades sociais que, eticamente, são injustiças, o que origina permanentes conflitos de classe. Por isso, o capitalismo é por natureza antidemocrático, pois a democracia supõe uma igualdade básica dos cidadãos e direitos garantidos, aqui violados pela cultura capitalista. Se tomarmos tais valores como critérios, devemos dizer que nossa democracia é anêmica, beirando a farsa. Querendo ser representativa, na verdade, representa os interesses das elites dominantes e não os gerais da nação. Isso significa que não temos um Estado de direito consolidado e muito menos um Estado de bem-estar social. Esta situação configura uma corrupção já estruturada e faz com que ações corruptas campeiem livre e impunemente.

A cultural: A cultura dita regras socialmente reconhecidas. Roberto Pompeu de Toledo escreveu em 1994 na Revista Veja: “Hoje sabemos que a corrupção faz parte de nosso sistema de poder tanto quanto o arroz e o feijão de nossas refeições”. Os corruptos são vistos como espertos e não como criminosos que de fato são. Via de regra podemos dizer: quanto mais desigual e injusto é um Estado e ainda por cima centralizado e burocratizado como o nosso, mais se cria um caldo cultural que permite e tolera a corrupção.

Especialmente nos portadores de poder se manifesta a tendência à corrupção. Bem dizia o católico Lord Acton (1843-1902): ”o poder tem a tendência a se corromper e o absoluto poder corrompe absolutamente”. E acrescentava:”meu dogma é a geral maldade dos homens portadores de autoridade; são os que mais se corrompem”.

Por que isso? Hobbes no seu Leviatã (1651) nos acena para uma resposta plausível: “assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder”. Lamentavelmente foi o que ocorreu com o PT. Levantou a bandeira da ética e das transformações sociais. Mas ao invés de se apoiar no poder da sociedade civil e dos movimentos e criar uma nova hegemonia, preferiu o caminho curto das alianças e dos acordos com o corrupto poder dominante. Garantiu a governabilidade a preço de mercantilizar as relações políticas e abandonar a bandeira da ética. Um sonho de gerações foi frustrado. Oxalá possa ainda ser resgatado.

Como combater a corrupção? Pela transparência total, por uma democracia ativa que controla a aplicação dos dinheiros públicos, por uma justiça isenta e incorruptível, pelo aumento dos auditores confiáveis que atacam antecipadamente a corrupção. Como nos informa o World Economic Forum, a Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes; o Brasil apenas, 12.800 quando precisaríamos pelo menos de 160.000. Mais que tudo, lutar por um outro tipo de democracia menos desigual e injusta que a persistir como está, será sempre corrupta, corruptível e corruptora.


*Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor.

LEILÕES; CRIME DE LESA PÁTRIA


Leilões de áreas petrolíferas não devem acontecer em 2012ImprimirE-mail

Publicada em 18/04/12 21:05  
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Em nota publicada na Folha de São Paulo, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, considerou que é “improvável a realização de um leilão para concessão de áreas de exploração de petróleo no Brasil em 2012” 
 
“Não estou vendo jeito de acontecer [leilão] em 2012. Era preciso que a gente tivesse mais ações evidentes. Por isso, fico em dúvida" - disse Graça diante de mais de 300 empresários do setor, em evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) no Copacabana Palace, no Rio.

A notícia desagradou aos empresários presentes ao seminário. Mas, ainda segundo o jornal, a presidente da companhia teria declarado que a suspensão dos leilões em 2012 não prejudica a empresa.

Em contrapartida, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) continua pressionando para que o leilão aconteça este ano, sobretudo para que sejam incluídas áreas do pré-sal, onde estariam 95% das reservas brasileiras estimadas.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias

GREVES DO COMPERJ.


Comperj: greve continuaImprimirE-mail

Publicada em 20/04/12 18:13  
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Petrobras não intercede junto aos consórcios e paralisação pode comprometer o cronograma das obras
 
Em greve desde segunda-feira (9), os operários do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), realizam assembléia ontem, quinta-feira (19), às 7h, no canteiro de obras. A paralisação tem adesão de praticamente toda a força de trabalho, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Montagem, Manutenção e Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticon) e poderá comprometer o cronograma das obras no Complexo, previsto para entrar em funcionamento em 2014. O Sindipetro-RJ está acompanhando o movimento dos operários, participando dos atos diários e assembleias.

Na quarta-feira (11), em reunião com representantes do Sindipetro-RJ, da comissão de funcionários, do Sinticon e a deputada estadual Janira Rocha (Psol), o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto, assumiu o compromisso de interceder junto aos consórcios para resolver o impasse, mas até o fechamento desta edição do Surgente, nenhuma contraproposta foi enviada aos operários.

Os funcionários próprios da Petrobrás, que não puderam trabalhar durante dois dias na semana passada, estão exercendo suas funções normalmente porque um acordo entre os terceirizados garante os serviços de cozinha, alimentação e limpeza.
 
Fonte: Surgente 


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terça-feira, 10 de abril de 2012

AINDA SOBRE VAZAMENTOS


Produção de petróleo é interrompida por causa de vazamentoImprimirE-mail

Publicada em 05/04/12 19:47  
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Petrobras não confirma o volume de óleo que vazou de plataforma em Paracuru. Acidente aconteceu na última sexta-feira, segundo informe publicado no site do Ibama
 
Um vazamento de óleo paralisou a exploração de petróleo no campo marítimo de Atum, em Paracuru (a 84 quilômetros de Fortaleza) segundo informação publicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em seu site. O acidente ambiental aconteceu na última sexta-feira.

De acordo com o informe do Ibama, o vazamento foi causado por um furo no duto de escoamento da Plataforma Atum-2 (PAT-2) para a Plataforma Xaréu-3 (PXA-3), a 35 quilômetros da costa de Paracuru. Para conter o derramamento de óleo cru, a Petrobras interrompeu o escoamento do petróleo e iniciou a dispersão da mancha de óleo mecanicamente com o apoio de uma embarcação de resposta a emergência.

Não foi informado, porém, o volume de óleo que vazou nem as possíveis consequências ambientais.

No escritório do Ibama no Ceará, nenhuma informação. O coordenador estadual de Emergências Ambientais do órgão, Carlos Alberto Maia, disse que apenas hoje poderia confirmar se o vazamento foi informado e suas proporções. Se for constatado um acidente ambiental grave, ele é o responsável do Ibama por notificar a Petrobras.

Autoridades do município de Paracuru também foram procuradas pelo O POVO. Tanto o secretário de Meio Ambiente do município, Lúcio Damasceno, como o secretário de Desenvolvimento, David Nunes, disseram não ter qualquer informação sobre tal acidente.

Outro vazamento notificado ontem foi na Bacia de Santos, em São Paulo.

Petrobras informou um vazamento de aproximadamente 10 litros de água oleosa do convés FPSO Cidade de Santos para o mar. O FPSO é operado pela Modec, e é o mesmo em que foi registrado um derramamento de cerca de 70 litros de água oleosa em fevereiro, após uma parada programada das atividades para manutenção de equipamentos.

Repetição


Um vazamento idêntico ao notificado na última sexta-feira aconteceu em janeiro de 2010, num duto que liga as Plataformas de Atum-2 e Xaréu-3. Na ocasião, 118 litros de óleo vazaram e, segundo a Petrobras, não houve maiores consequências ao meio ambiente. Esse vazamento foi precedido de outro, de 141 litros de óleo, poucos dias antes, na Plataforma de Xaréu (PXA-1).

Um dos casos mais graves de vazamento de petróleo já notificados na costa cearense aconteceu em 2008, num acidente entre um rebocador e um navio cargueiro, no Porto do Mucuripe. Foram derramadas 3 toneladas de combustível no mar. O litoral oeste chegou a ser afetado, principalmente a praia do Icaraí.

O vazamento da última sexta-feira no campo de exploração do Atum, na cidade de Paracuru, provocou a parada de produção de cerca de 2,7 mil barris diários de petróleo e 75 mil metros cúbico de gás.
 
Fonte: O Povo (CE)

MAIS VAZAMENTOS....


Petróleo vaza no campo de RoncadorImprimirE-mail

Publicada em 10/04/12 16:56  
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Um vazamento de "gotículas de petróleo a partir do solo marinho" foi detectado domingo no campo de Roncador, explorado pela Petrobras na Bacia de Campos, informou ontem a Agência Nacional de Petróleo (ANP)
 
O vazamento, que foi descoberto por meio de inspeções submarinas com robôs operados remotamente (ROVs), ocorre a 500 metros da divisa de Roncador com o campo de Frade, operado pela Chevron, onde também foi registrado um vazamento em novembro do ano passado.

Segundo a ANP, ainda não foi identificada nenhuma mancha na superfície do mar. Amostras de óleo serão analisadas para identificar a origem do petróleo e os resultados devem ser conhecidos em 48 horas.

O campo de Roncador, localizado a 120 km da costa do Rio de Janeiro, é o segundo maior produtor de petróleo do país, com 256 mil barris/dia, abaixo apenas de Marlim Sul, na mesma bacia, que produz 313 mil barris/dia, segundo dados da ANP. Descoberto em 1996, o campo foi a maior descoberta de petróleo do país na década de 1990.

Com bases nas informações fornecidas pela ANP e a Petrobras, ainda não está claro se existe conexão entre o vazamento em Roncador e o acidente no campo vizinho de Frade. No ano passado, houve vazamento de 2,4 mil barris de óleo em Frade, durante perfuração de um poço,

Em março deste ano, a Chevron comunicou à ANP sobre novo vazamento de óleo, em menor proporção no campo. A produção de petróleo em Frade está suspensa desde 16 de março.
 
Comunicado à imprensa 
 
Em comunicado à Imprensa a Petrobrás admitiu o vazamento:
 
" A Petrobras informa que na tarde deste domingo (8/04), durante inspeção submarina, foi identificada uma exsudação de gotículas de óleo no solo marinho do Campo de Roncador, localizado a 120 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e a cerca de 500 metros do limite com o Campo de Frade.

Não foi localizada nenhuma mancha de óleo na superfície do mar e amostra das gotículas de óleo foi coletada para análise e identificação de sua origem.

As autoridades competentes foram informadas da situação. "
 
Fonte: Cláudia Schüffner e Rodrigo Polito, Valor Econômico. E Agência Petrobrás, com edição da Agência Petroleira de Notícias

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Fotos do ato em frente ao Clube Militar

Comemorando o que? 
Tortura; Golpe; Assassinatos; Desaparecimentos; Impunidade...













Fotos: Samuel Tosta
Fonte: Agência Petroleira de Notícias

Sem Terra assassinado




O trabalhador rural Sem Terra Pedro Bruno foi assassinado na manhã desta segunda-feira, (02) com vários tiros, próximo ao engenho Pereira Grande, no município de Gameleira, Zona da Mata Sul de Pernambuco
Pedro Bruno era assentado no Assentamento Dona (Margarida Alves), e se dirigia a outro assentamento, Frescudim, ambos também no município de Gameleira, quando foi alvejado por vários tiros de arma de fogo. A polícia foi avisada pela família, mas até o momento ainda não tinha chegado no local.
O MST acredita que o assassinato de Pedro Bruno tenha sido uma retaliação à reocupação do engenho Pereira Grande, que ocorreu na madrugada de ontem (01/04).
O engenho Pereira grande pertence à Usina Estreliana, e é uma das áreas mais emblemáticas de conflitos de terra no estado de Pernambuco. A área foi declarada de interesse social para fins de reforma agrária em novembro de 2003, mas depois de uma série de recursos impetrados, a Usina consegue barrar o processo de desapropriação quando a Ministra Ellen Gracie, então Presidente do Supremo Tribunal Federal, que havia dado imissão de posse da área ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) uma semana antes, revê sua decisão e determina que a imissão de posse e o seguimento da ação de desapropriação só poderão se dar após o julgamento final do processo. O caso está, desde então, pendente na justiça.
Ainda recai sobre a Usina Estreliana vários crimes trabalhistas. Em janeiro de 2010, o proprietário da Usina, Gustavo Costa de Albuquerque Maranhão, que havia sido denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), foi condenado, a quatro anos e meio de reclusão, por deixar de repassar ao INSS, durante 18 meses, as contribuições previdenciárias recolhidas no valor de mais de R$ 600 mil de seus empregados.
No último dia 08 de março, cerca de 200 mulheres do MST realizaram um ato na engenho Pereira Grande, exigindo a desapropriação da área e condenando as consequências econômicas e sociais do monocultivo de cana na região. Na ocasião elas foram cercadas por pistoleiros do engenho que disparara vários tiros contra as camponesas.
A impunidade incentiva a violência do latifúndio
No dia 23 de março de 2012, o trabalhador Rural Sem Terra Antônio Tiningo foi assassinado em uma emboscada quando se dirigia para o acampamento da fazenda Açucena, no município de Jataúba, agreste de Pernambuco. Tiningo era um dos coordenadores do MST na região.
No mesmo dia, pistoleiros atiraram contra famílias Sem Terra acampadas próximo à fazenda Serro Azul, no município de Altinho, também no agreste de Pernambuco. Duas mulheres e uma criança foram atingidas.
Em outubro do ano passado, o trabalhador rural Sem Terra José Amaro da Silva, desapareceu na zona da mata de Pernambuco quando saía do acampamento do MST no Engenho Brasileiro, município de Joaquim Nabuco, mais umas das áreas de conflito agrária do estado.
O MST e organizações de direitos humanos como a Terra de Direitos vem denunciando amplamente a violência no campo em Pernambuco: pistoleiros recebem R$ 50,00 por dia para atirarem contra trabalhadores rurais Sem Terra; fazendeiros andam armados e ameaçam agricultores até mesmo em suas próprias casas; a polícia atua como segurança privada de fazendas, intimidando e ameaçando famílias Sem Terra; delegados, juízes e promotores legitimam o uso de violência e de milícias armadas por parte de proprietários de terra; trabalhadores rurais desaparecem e são mortos em emboscadas.
Mas tanto o Governo Estadual, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e demais órgãos responsáveis parecem continuar de braços cruzados.

Fonte: MST 

Inea investiga causa de vazamento de óleo no litoral do Rio


O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) divulgou hoje (2), por meio de sua assessoria de imprensa, que continua investigando as causas do derramamento de aproximadamente 1,6 mil litros de óleo a 20 quilômetros de Maricá, município da região metropolitana do Rio. O trabalho de investigação é feito pelo Serviço de Operações de Emergência (Sopea) do instituto, a Petrobras e a Capitania dos Portos.
Os técnicos do Inea, juntamente com os da Petrobras, sobrevoaram a área e acreditam que o óleo derramado no mar tenha saído de um navio. A hipótese foi levantada pelo fato de a mancha ter sido localizada em uma rota de navegação. Como a mancha dissipou-se rápidamente devido à forte insolação, não foi possível coletar amostras do material para análise.
O rastro de óleo, de aproximadamente 2 quilômetros, foi localizado no último sábado (31) por pescadores, nas proximidades da Praia de Ponta Negra, em Maricá.
O litoral do Rio vem sofrendo, nos últimos meses, derramamentos de óleo. Em novembro do ano passado, a empresa americana Chevron foi responsável pelo vazamento de cerca de 2,4 mil barris de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no norte fluminense.
Em março deste ano, na tentativa de restabelecer as atividades no local, a Chevron registrou outro vazamento, preocupando os órgãos ambientais. Como punição, a empresa teve a licença de exploração suspensa pela Justiça e seus executivos foram proibidos de deixar o país até o fim das investigações para apurar as responsabilidades. A empresa pode pagar indenizações que, somadas, podem chegar a R$ 20 bilhões.

APA de Guapimirim - Denúncia à população (e aos parlamentares)...


Última área natural da Baía da
Guanabara está seriamente ameaçada!

A Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim é uma unidade de conservação ambiental federal, criada em 1984, responsável pela proteção da maior floresta de manguezal do Estado do Rio de Janeiro, no fundo da Baía de Guanabara.

É a última área natural da baía, testemunho do que era este ambiente desde antes da colonização do país. Seu valor histórico e ecológico é inestimável. Graças a este manguezal ainda há vida na Baía de Guanabara, esperança e inspiração para sua regeneração.

Dele dependem milhares de pescadores artesanais, gente batalhadora forjada na dura
lida no mar, rios e mangues.

Mas a ambição e a busca desenfreada pelo lucro apresentam neste momento ameaça concreta à manutenção desta área. Para atender ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro-COMPERJ várias obras estão em curso, com graves impactos diretos sobre a APA.

A mais recente ameaça é a possibilidade de utilização dos rios da APA Guapimirim como hidrovia para passagem de gigantescas embarcações, levando equipamentos pesados ao COMPERJ.

Obras do Comperj vão destruir APA

Esta atividade, se ocorrer, selará o início do fim da APA Guapimirim. No entanto, existe uma alternativa a esse projeto que já foi, inclusive, licenciada  ambientalmente. Trata-se da construção de um porto em São Gonçalo, que atenderia tanto aos interesse do Comperj, quanto da população local.  Os moradores da região poderiam contar com esta estrutura como alternativa sustentável para o transporte, após sua utilização industrial.

Já o projeto da hidrovia, em razão de seus evidentes impactos ambientais, foi rejeitado em todas instâncias pertinentes: Instituto Estadual do Ambiente - INEA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - IBAMA, Instituto Chico Mendes - ICMBio e o Conselho Gestor da APA Guapimirim (composto por órgãos públicos e da sociedade civil, como universidades, colônias e associações de pesca e ONGs ambientalistas).

Apesar disso, embora os órgãos ambientais e a sociedade organizada já tenham se pronunciado contra este projeto, a direção da Petrobrás insiste na hidrovia. Numa atitude traiçoeira e absolutamente desalinhada com os mais básicos princípios democráticos que deveriam reger nossas instituições, a Petrobrás optou por fazer lobby político junto ao Ministério do Meio Ambiente e forçar uma revisão da decisão que havia sido tomada.

Direção da Petrobrás insiste no erro

Sem resistir às pressões, o Ministério do Meio Ambiente sinalizou com uma medida autoritária e injusta: a exoneração do chefe da APA Guapimirim, que sempre se manifestou aberta e corajosamente contra as atividades do Comperj, que configuram risco de MORTE à APA Guapimirim. 

Até quando o capital valerá mais do que a vida? Até quando interesses privados das grandes corporações prevalecerão sobre os legítimos interesses coletivos, representados pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado? Até quando aqueles que se manifestam contra o status quo serão simplesmente jogados para escanteio? Será esta a mensagem que o Brasil quer passar ao mundo, às vésperas da RIO+ 20?

Em defesa da VIDA, em defesa da BAÍA de GUANABARA, em defesa da APA GUAPIMIRIM, em defesa dos PESCADORES que dependem da APA, em defesa dos TRABALHADORES da Petrobras, que não aprovam a truculência na direção da empresa exigimos:

Que o Ministério do Meio Ambiente reveja esta posição escandalosa e que a direção da Petrobrás abandone imediata e publicamente a absurda ideia de transformar a última área natural da Baía de Guanabara, patrimônio natural inestimável do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo, em pátio de manobra para atividades predatórias ao meio ambiente e às  pessoas que dele dependem.